O corpo da jovem Iranilce Oliveira, de 26 anos, assassinada a facadas em Setúbal, Portugal, foi liberado nesta segunda-feira (23) pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, sete dias após o crime. A jovem será sepultada na cidade de São Miguel do Tapuio, no Piauí. A previsão é que o corpo chegue ao Brasil entre quinta (26) e sexta-feira (27).
Iranilce foi morta dentro de uma barbearia após uma discussão com o ex-marido, identificado como Gustavo Maciel, natural de Novo Oriente, no Ceará. O suspeito se entregou à polícia após o crime.
Em entrevista à TV Cidade Verde, o pai da vítima, Ângelo Máximo, revelou que a filha vinha sendo ameaçada e que o ex-companheiro já demonstrava comportamentos agressivos mesmo antes dela deixar o Brasil. Segundo ele, Gustavo já falava em “matar” e apresentava ideias suicidas e homicidas.
“Quando soube que eles já estavam separados há um ano, tentei conversar com o pai dele e com ele também. Dei conselhos, pedi que buscasse ajuda, que se arrependesse pelo que estava fazendo. Mas eu ainda não sabia do sofrimento que minha filha estava passando em Portugal. Quando descobri, foi uma dor profunda. A gente nunca imagina ver um filho sofrer desse jeito. Descobrimos por fontes seguras que ele já tinha ameaçado a Iranilce quatro ou cinco vezes, chegou a ir ao restaurante onde ela trabalhava para ameaçá-la de morte”, contou emocionado o pai.
Ângelo também relatou que Gustavo demonstrava comportamentos violentos desde quando vivia no Ceará. “Em conversas, ele dizia que já tinha pensado em se matar, matar ela e até outras pessoas. Usava essas expressões agressivas desde a época em que morava em Novo Oriente. Até os próprios pais dele já se sentiram ameaçados.”
A família de Iranilce organizou uma campanha nas redes sociais para arrecadar recursos para o translado do corpo. Com apoio da população, conseguiram levantar cerca de R$ 60 mil.
“A gente não tem palavras para agradecer. Cada pessoa que ajudou, que estendeu a mão, está com o nome escrito no livro de Deus. Foi um ato de solidariedade imenso”, agradeceu o pai.
Iranilce deixa um filho de três anos, que já vivia com os avós paternos em Novo Oriente (CE) há cerca de um mês.
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